31.3.06

de lírio

em ardentes calafrios

30.3.06

firme

olha o fúnebre fuste
fálico como uma falange.
água funda mãe das ondas
acaeia primordial,
que revolta meio copo
e permite navegar.

cafetaria

tu, senhora borralheira
ferves água na panela
e procuras sem descanso
a velhinha cafeteira

a fruta do frade

oito anos de casado
fresco
sábados à tarde
fruta
refresco de fruta
oito sábados casado
à tarde

23.3.06

sapato

um pé de dança
ao pé do lago
num pé descalço
um pé de salsa

17.3.06

camomila forte

amor com odor
com paixão,
tesão
amor com ardor
com acção,
masturbação

15.3.06

segundo

se o tempo se atrasa
num ponteiro voador
entra em mim a miséria
a desgraça, o desamor

apav

azul de raiva
pele roxa de amor
pisadura pictórica
uma marcha alegórica
a reboque de um tractor

partido

a legitimidade das laranjas
num mar de rosas
assemelha-se à parafernália de azeitonas
a boiar no deserto

falugem

rugem marujos, intrujem
do outro lado do mar
ganham ferrugem, insurgem
porque não sabem nadar

7.3.06

la palisse

dormir tira o sono

3.3.06

glu-glu

veio a luz
apagou-se a escuridão
restam as sombras

1.3.06

à tona

almejo a profundidade do ser
o maior entrave é a sua superficialidade

o homem que raramente chegava à hora do costume

ligo-te antes de acordar

ditado pop #1

aftas ardem
hemorróides idem

diz o roto

liga árabe
atende onu